O que é a Topografia – História e importância para a humanidade

Desde tempos imemoriais que o Homem, enquanto espécie, impôs o seu domínio no planeta. Tal desiderato foi apenas verdadeiramente atingido aquando da fixação dos hominídeos nos primeiros pólos habitacionais, facto que em muito se deve à sua capacidade de pensar e executar. Foi nesta base que nasceram as primeiras construções, sempre com objectivos básicos de obtenção de segurança e conforto. Com o aparecimento das primitivas malhas urbanas, o processo construtivo foi crescendo de complexidade, surgindo mais tarde a necessidade de interligar pessoas através de vias.

Hoje, e à distância de milhares de anos, é fácil perceber o porquê da construção ser considerada uma das mais importantes actividades do Homem. É através dela que conhecemos os nossos antepassados, que percebemos o que fomos e o que somos. Com a construção, quer a civil, quer a militar, sem esquecer a religiosa, o Homem marcou eras. Todas as grandes obras são ícones que marcam a face do planeta, numa clara demonstração da arte e do engenho das mais diversas civilizações.

Regra geral, o processo construtivo divide-se em três grandes fases: o projecto; a medição/implantação, no qual se insere sobretudo a actividade topográfica e/ou hidrográfica; e a construção em si mesmo, com especial destaque para o papel da engenharia neste capítulo.

Em relação a esta “arte”, pois é assim que se deverá entender a Topografia, muito há a dizer e a explicar. Para melhor se entender a sua importância, basta relembrar que toda e qualquer obra de significativa dimensão começa e acaba com um trabalho de topografia. Do primeiro esquiço à última pintura no asfalto, o papel do topógrafo é nuclear no desenvolvimento de todo o trabalho de construção, embora a aplicação desta actividade vá muito mais além deste mercado.

Actualmente, a Topografia ocupa um espaço nobre que é seu por direito, até porque o papel do topógrafo numa obra tem vindo gradualmente a crescer de importância ao longo dos anos, facto implicitamente correlacionado com o advento das novas tecnologias. Com novos meios ao seu dispor, o topógrafo assume-se hoje como um elemento vital em áreas como a medição ou o projecto, acabando por isso por se envolver directamente na gestão central da obra.

O próprio termo Topografia, de origem grega, diz muito sobre o que realmente significa esta ciência: Topos (lugar, região) e Graphein (descrição), ou seja, a descrição pormenorizada de um espaço, designadamente na determinação exacta de medidas, ângulos, orientações, variações de relevo, entre outras especificações técnicas.

Falamos por isso de uma actividade nuclear para a implantação de infra-estruturas, vias de comunicação, edificações, mas também vital para a delimitação de territórios, afinal de contas uma das mais importantes tarefas da história do Homem. Neste aspecto, destaque para o papel da Topografia na organização da sociedade, uma vez que sem ela seria impossível definir fronteiras, sejam elas de Estados ou de “meras” regiões administrativas de um qualquer país.

Com o advento das novas tecnologias, a Topografia ganhou novos campos de actuação e acompanhou as necessidades do mercado. A disponibilização do GPS (Global Positioning System), em 1995, abriu portas a um novo mundo no sector topográfico, uma vez que a rapidez de actuação e a precisão do trabalho efectuado alcançaram patamares nunca antes vistos.

É certo que equipamentos como o Teodolito, vulgarmente conhecido como “aparelho topográfico”, ainda hoje são diariamente utilizados, funcionando ainda nas mesmas bases com que o italiano Ignazio Porro o criou, no já longínquo ano de 1835. Contudo, e porque o desenvolvimento tecnológico tem tido nos últimos anos um incremento notável, recentemente surgiram as Estações Totais, equipamentos que congregam as funcionalidades dos teodolitos com a capacidade de armazenagem dos dados recolhidos, executando cálculos simultaneamente.

Uma coisa é certa. O fulcral papel desempenhado pela topografia ainda está longe de se esgotar. A medição, qualquer que seja, é um elemento fundamental do nosso mundo. No desporto, na construção, na preparação e até na conquista do espaço, o acto de medir, calcular, verificar, sempre com maior rapidez e precisão, é fundamental para o crescimento da humanidade.